segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

A subestimada Oslo, Noruega - Parte 1

Admito que Oslo não estava nos meus planos dessa viagem.  Sempre tive vontade de conhecer a Noruega, afinal, o país é um paraíso para os fotógrafos, mas nunca imaginei que iria visitá-lo tão cedo. Eu estava pesquisando passagens para viajar no feriado de 6 de dezembro (é um feriado da Espanha) e eis que encontro passagens para a Escandinávia por míseros €17! São mais de 4h de voo! Viva a Ryanair!

Fui correndo mandar mensagem para minhas amigas para ver se alguém topava ir comigo e, no final, acabamos indo eu e a Polli. Eu queria muuuuuuito ir a Tromsø e ver a Aurora Boreal, disseram que em dezembro de 2013 seria a melhor época para ver dos últimos 10 anos. Infelizmente, tivemos que desistir, porque Tromsø fica à 1.600km de Oslo e só a passagem para lá custa €150 saindo de Oslo, sem contar que cada ida em busca da aurora (você tem que ir com um guia a lugares mais distantes para ter uma boa visão) custa no mínimo €100 e você nem tem certeza de que realmente vai conseguir ver alguma coisa. Como estávamos com a grana curta, Tromsø ficou para uma próxima vez, e no lugar resolvemos passar 3 dias em Estocolmo, na Suécia.

É muito engraçado, porque sempre ouvi as pessoas dizendo que Oslo não tinha nada, e quando eu disse que ia para lá ouvi vários “Mas o que você vai fazer em Oslo?”/ “Você vai em dezembro?! É um frio terrível e escurece às 15h!/”Noruega? As pessoas de lá são super frias!”. Ignorei os comentários e foquei na minha viagem.

A cunhada da Polli, Yaiza, resolveu ir com a gente para Oslo. Ela é esquiadora e lá tem uma das melhores pistas de esqui do mundo. A ideia original dela era passar os 3 dias esquiando. Digo ideia original porque chegando lá o tempo foi uma grande surpresa...

Nosso voo saía de Málaga às 7h da manhã. Não tem ônibus tão cedo assim para o aeroporto saindo de Granada, então o namorado da Polli levou a gente no dia anterior e passamos a noite no aeroporto.

Mal sabia eu que essa não seria minha única vez “dormindo” em aeroporto nesses últimos meses.

A única coisa que fica aberta de madrugada no aeroporto é a Starbucks. A hora demora a passar e nós não conseguimos dormir com medo de alguém pegar nossas malas.



No entanto, outras pessoas não pareciam ter o menor problema com isso. Vimos gente dormindo em bancos e até mesmo no chão.

Mas foi só entrar no avião que caímos no sono. Juro que não lembro nem da decolagem, quando vi já estávamos aterrissando em Oslo.

Nós chegamos pelo aeroporto de Torp, que é uma grande enganação da Ryanair. Eles chama de “Oslo” mas na verdade o aeroporto fica à quase 2h da cidade. Foi no aeroporto que vimos pela primeira vez o quanto a Noruega era cara. E coloca cara nisso.

Trocamos parte do dinheiro no aeroporto, a moeda da Noruega é o NOK, e €1 = +- 8 NOK.

O trem do aeroporto até a cidade custou nada menos que €27, basicamente nossas passagens de avião ida e volta.

Mas, não deixamos isso nos afetar. Por sorte, o trem deixava a gente na estação central e esta ficava bem perto do nosso hostel.



Aliás, hostel em Oslo é raro e os poucos que tem são bem caros. Nós ficamos em um que era baratíssimo em relação aos outros e eu tinha ouvido falar super mal dele. Felizmente, nós amamos o hostel! Ficamos em um quarto privativo para três pessoas e achamos tudo super limpo, confortável e a localização era excelente.

O nome do hostel é Sentrum Pensjonat.

Foi um pouco complicado de encontrar assim que saímos da estação, mas foi aí que percebemos pela primeira vez que toda a “frieza” do povo norueguês era apenas boatos. Pelo menos com a gente. De todos os países que eu já visitei, nunca vi um povo tão educado e com boa vontade de ajudar como os noruegueses. Fomos pedir informação à um homem na rua e ele simplesmente tirou o celular do bolso e jogou o endereço no GoogleMaps para a gente! Muito fofo.

Depois disso, foi fácil chegar no hotel. Ah, na Noruega TODO MUNDO fala inglês. Então, se você sabe se virar no English, não se preocupe por não falar norueguês que eles vão te entender. Da caixa do supermercado, ao motorista do ônibus à vendedora da loja, todo mundo fala inglês.

Deixamos as coisas no hostel e saímos para conhecer a cidade. Era 3 da tarde, mas já estava anoitecendo.




Almoçamos no Burger King (uma promoção de cheeseburger + batata + refrigerante custa 87NOK, mais ou menos 11/12 euros, colocando isso para real minha gente, sai “apenas” a R$40,00). Acabamos que íamos quase sempre lá, porque não conhecíamos bem os outros restaurantes e ficamos com medo de arriscar e acabar pagando caro por uma coisa que não valia a pena. Só no último dia que fomos numa pizzaria excelente, mas nos outros dias comprávamos coisas no mercado e fazíamos no hostel ou comíamos no BK mesmo (eu não aguento mais ver BK).

Andamos pelo centro de Oslo mesmo, que é muito bonito e, apesar de praticamente tudo em Oslo ser bem caro, comprar roupas, sapatos e eletrônicos lá vale a pena.

Estávamos passeando, chuva na cabeça, quando de repente percebemos que não era mais água caindo na gente, mas NEVE!




Noooossa.

Foi uma festa. Parecíamos crianças pulando de alegria por ver a neve caindo.

Imagino os noruegueses olhando para a gente “Ai, ai, essas brasileiras que nunca viram neve na vida...”.



Depois de muito andar, paramos em um bar para tomar uma cerveja norueguesa. Achar um bar foi um tanto quanto complicado. A maioria que entrávamos só tinha homens e eles eram, digamos, nada discretos com os olhares e comentários. Finalmente achamos um lá na rua principal e bebemos nossa cerveja. Uma delícia, 50 NOK o pint (473ml).




Acabadas e mortas de sono, voltamos para o hotel.

No dia seguinte eu e a Polli acordamos e fomos para o Viking Museum e a Yaiza foi esquiar. O Viking Museum fica um pouco longe do centro e tivemos que pegar um ônibus. O recepcionista do hotel, muito simpático, explicou para a gente qual ônibus pegar e onde pegar e chegamos lá sem problemas.

O lugar é lindo, e tem outros museus lá além do Viking. Nós perdemos a parada em frente ao museu e tivemos que descer na próxima, mas nem reclamamos, porque o lugar era tão lindo que parecia de mentira.



O Viking Museum é muito legal. Lá contam a história dos Vikings e você pode ver três navios. Quem é estudante paga meia, então, levem a carteirinha! O museu estava super vazio quando fomos e não é muito grande, então fizemos tudo em cerca de 1h. Vale muito a pena.
















Quando saímos estava uma ventania absuuuuurda e quase saímos voando. Resolvemos pegar o ônibus e ir para o Centro do Prêmio Nobel da Paz. Os outros prêmios Nobel são entregues em Estocolmo, na Suécia, mas o da Paz é em Oslo.



Estávamos no ônibus esperando a parada que o homem tinha dito para descermos quando a Polli diz “Cami, olha! É ali o Nobel da Paz!” e aponta para um prédio. Descemos correndo do bus e fomos lá. Achamos estranho, porque estava vazio e não tinha nem ninguém na porta. Mas, estava aberto, então entremos e saímos investigando.

O lugar era super chique e quando nos deparamos com uma biblioteca enorme, descobrimos que ali não era o Centro Nobel da Paz, mas o Instituto! Que vergonha. Ainda bem que quase ninguém viu a gente!



Depois desse pequeno mico, saímos em busca da estação de barcas, de onde sairia um barco que fazia um passeio pelos fiordes de Oslo. Os fiordes são muito famosos na Noruega, mas depois me contaram que os de Oslo nem são nada demais. Não sei dizer, porque nós nos perdemos feio.

Entramos em um hotel e pedimos direções ao moço que estava na recepção. Seguimos o que ele falou e passamos por cada lugar mais lindo que o outro.







Depois de andar e andar e andar e passar por avenidas sem pista de pedestre etc... finalmente chegamos num porto. Achamos o “barco” um pouco grande para fazer um passeio turístico, mas fomos lá perguntar.

O homem já estava enfiando a gente para dentro do navio quando descobrimos que ele ia para a Alemanha! Huahuahuauaa

Contamos que estávamos procurando o “sightseeing boat” e eles não faziam idéia do que era. O barco saía às 15:30 e a essa altura já era 15:00h e estávamos no meio do nada. Desistimos do passeio, mas agora a grande aventura seria voltar para o hotel, porque não fazíamos a menor idéia de onde estávamos.

Andamos sem rumo até que não tínhamos mais opções e paramos uma moça que estava andando de bicicleta pela ciclovia. Não tinha mais ninguém em volta, era uma highway. A moça foi super simpática, mesmo a gente tendo parado ela no meio do caminho e explicou como voltar para o centro.

E lá fomos nós...

Chegamos numa parte maravilhosa da cidade, provavelmente a mais bela.



Para completar o sol estava se pondo e foi um dos pores-do-sol mais lindos que já vi na vida.




Realmente de ficar olhando com um “wow” na cara.

Estávamos morrendo de fome e continuamos andando. Sem querer fomos para numa rua que estava lotaaaada de barraquinhas com pessoas dando provas de comida. Imagine duas brasileiras, estudantes, com fome numa rua com provinhas grátis? Provamos de tudo! Pannetone com queijo norueguês (o queijo norueguês é marrom e tinham me falado super bem dele. Eu não gostei, achei que tem gosto de doce de leite, mas é muito estranho), Glogg (é uma bebida típica da Escandinávia, quente. Eu amei!) e o melhor de todos... macarons!  Acho que a moça dos macarons estava doida para ir embora, porque ficou oferecendo um monte para a gente e ela aproveitou e comeu também. Adoramos! E estava divino!




Continuamos a andar (caminhar define essa viagem... mas vou admitir que não tem nada melhor que caminhar quando você está conhecendo uma cidade nova. Apesar de metro ser uma mão na roda nas grandes cidades, perdemos muita coisa quando andamos por debaixo da terra) e adivinhem onde fomos parar?

Em frente ao Centro do Prêmio Nobel da Paz!



O Nelson Mandela tinha falecido na noite anterior e estavam fazendo homenagens a ele por todos os lados do centro. Não precisamos pagar a entrada.



Depois do museu (ainda eram umas 5h da tarde, mas achávamos que eram 9h da noite. Esse negócio de escurecer às 3h da tarde mexe demais com o metabolismo. O dia parece muito mais longo!) fomos caminhando de volta para o centro e encontramos um Christmas Market, que eu estava louca para ir!



Esses “mercadinhos de natal” são basicamente uma feirinha com coisas típicas de Natal. Além de enfeites e roupas de frio, lá você encontra todos os tipos de comida e bebida.

Comemos um waffle belga. Aprovadíssimo.

No caminho de volta ao hostel, paramos no Freia, uma rede de chocolates maravilhosa que tem na Noruega, super recomendo, e compramos um chocolate quente (fazendo esse relato estou percebendo o quanto comemos! Hauhauaha) para esquentar do frio. A Polli disse que parecia nescau, acostumada com os chocolates quentes daqui da Espanha, que são quase um chocolate derretido, mas eu gostei.






Voltamos para o hotel, praticamente sem pernas depois de tanto andar e encontramos com a Yaiza, que estava arrasada porque chegou na estação e não tinha neve suficiente para esquiar. L

Vou dividir esse relato em dois também porque esse aqui já está imeeeenso e nosso terceiro dia foi intenso também!


                        

2 comentários:

  1. Que legal.. adoro seus posts pq vc relata tudo como se fosse ontem.. fiquei passada quando descobri que vc pode escrever um post 4 meses depois da viagem... adorei ler sobre essa viagem.. que ainda nao fiz.. mas proximo inverno tentarei... beijoss

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  2. Obrigado pelo seu relato.No fim do mês vou para Oslo.Vou estar 4 noites e 5 dias

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