segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Marrocos - Aventura no Saara - Parte 2

Depois de meses, enfim a segunda parte dessa viagem incrível. A cada dia que passa são mais e mais posts se acumulando, mas eu prometo colocar todos aqui, nem que seja com muitos meses de atraso.

Agora estou num trem da Bélgica de volta à Holanda, e como não tenho mais fotos para editar e não tem free Wi-Fi no trem, resolvi adiantar alguns posts daqui. J

Continuando o relato sobre o Marrocos...

Nós colocamos o relógio para desperar às 5:30 da manhã para vermos o nascer do sol da grande duna, mas é obvio, perdemos a hora e levantamos às 5:55. Por sorte, ainda estava escuro e deu tempo de correr lá para fora.



Eis que então começa o grande desafio: subir a grande duna. Visualizem a pessoa sedentária que não vai a academia há uns 6 meses, sem café da manhã e que acabou de acordar depois de dormir numa barraca no meio do deserto do Saara tentando subir uma duna gigantesca. Não foi uma tarefa fácil. Parece que a cada passo que você dá para cima, você cai 2 para trás. Chegou no meio do caminho e eu pensei em desistir, estava a beira de um ataque cardíaco, mas fui até o fim. Hahaha Não cheguei no pico mais alto da duna, mas cheguei ao topo.

E a vista era incrível.

Nosso acampamento visto da grande duna.




Mais incrível ainda foi quando eu desci (tarefa muito mais fácil do que subir) e vi o deserto coberto com a luz dourada do nascer do sol.





Corri de volta para o acampamento para arrumar as coisas, porque tínhamos que partir de volta ao hotel e a nossa viagem de volta seria novamente de camelo.

Entrada do acampamento.


Dentro da barraca.


Grande Duna ao fundo

A viagem de volta foi muito divertida. Apesar de no deserto fazer muito, muito frio à noite e logo pela manhã, depois de um tempinho começa a esquentar... e esquenta bastante.

Camelos são demais... cheios de pose!







O nosso guia, Mojamed, pegou minha câmera e saiu fotografando a gente o percurso inteiro. Foi muito engraçado. Eu não sei como eles aguentam andar tanto por aquele deserto, subir duna atrás de duna e não ficarem exaustos.

Nosso guia

Poder caminhar de camelo pelo deserto na luz do dia é uma coisa que não tem explicação. Ver a tamanha grandeza do Saara e a beleza que ele é... parece que estamos dentro de um filme ou uma fotografia. Sensacional.















Chegamos no nosso hotel e depois de tomar café da manhã e tomar um mais do que merecido banho (você deve estar imaginando se no deserto tem banheiro... SIM! No acampamento eles tem duas barracas com duas privadas "portáteis", não é o mais agradável nem o mais limpo do mundo, mas é melhor do que nada!), partimos para uma caminhada pela “cidade”. Coloco entre aspas porque é um povoado, com muito pouca gente vivendo por ali. Nunca vi nada igual.

Nosso hotel.








Escola


Depois da caminhada (sol quente na cabeça e tudo mundo morrendo de calor), voltamos para o hotel porque depois do almoço teríamos um passeio de 4x4 pelo deserto.

Almoçamos couscous marroquino (era sexta-feira e sexta-feira é dia de couscous no Marrocos). Estava diviiiiino. Comemos muito bem na nossa estadia no Marrocos.

Depois do almoço, hora do passeio. Este não estava incluso no pacote. Pagamos €35 cada um a parte, mas valeu cada centavo.





Fizemos várias paradas pelo caminho, e podíamos viajar na parte de cima do carro (nada seguro e em cima de um colchão velho, mas... muito divertido!).






Durante o passeio o motorista vai explicando os lugares, mostrando os que serviram de cenário para filmes etc...







A segunda parada foi a que nos deu o primeiro choque de realidade.  À principio estávamos parando para ver rochas com fósseis que foram encontradas por lá, mas o que acabou marcando o lugar foi ver uma família que vivia ali pelas redondezas vendendo artesanato e pedindo dinheiro.

Rocha com fósseis




A criancinha mais nova era a que mais dava pena. O menino, de no máximo 2 anos de idade, tinha o rostinho coberto de moscas. Às vezes a mãe mexia no rosto dele para as moscas voarem, mas na maioria do tempo elas ficavam lá e, a criança, já tão acostumada com aquilo, não parecia se importar nem um pouco.



Continuando a viagem, paramos para visitar uma família nômade que vive literalmente no meio do deserto, com absolutamente nada em volta além de terra e areia. A casa deles fica na divisa do Marrocos com a Argélia e eles sobrevivem da criação de cabras. Perguntei ao nosso guia como eles faziam para conseguir água, comida e roupa e ele me explicou que o padre que vive no povoado mais perto (kms dali) vai uma vez por semana comprar as cabras e levar alimento e outras coisas que eles necessitam.

Fronteira com a Argélia


Casa dos Nômades


A mãe da família com a criação de cabras.




A família era muito receptiva e simpática (também na esperança de conseguirem alguma ajuda) e nos serviu chá de menta e abriu as portas da casa para a gente conhecer. Energia elétrica não existe por lá, as camas são colchões no chão de terra batida ou tapetes. A maioria dos utensílios domésticos parecem ter vindo de outro século, mas eu vi uma lata de leite ninho na cozinha.

As crianças era muito simpáticas e vieram correndo ver as pessoas que estavam ali. Imagino que não estejam acostumadas a ver gente o tempo todo. Novamente, não pude deixar de reparar na quantidade de moscas que estavam nos rostinhos deles. E eles também pareciam não se importar. As moscas ficavam até nos cílios, mas realmente eles não pareciam incomodados. Eu fui perguntar ao guia sobre aquilo e ele me respondeu apenas “eles são sujos, não se importam em se lavar o tempo inteiro.”



A minha amiga foi conversar com eles e deu algumas coisas que tinha na bolsa. Para a menininha, ela deu um espelho e foi o momento que mais me marcou. Acho que ela nunca tinha visto um espelho na vida, e ficou tocando o rosto como se aquilo fosse a coisa mais extraordinário do mundo.



Faz a gente refletir das coisas bobas que nós às vezes fazemos questão, vendo como aquelas pessoas vivem com tão pouco e são felizes. Realmente felizes.

Continuando a viagem...


De lá seguimos para a terceira e última parada: um show de ex-escravos africanos. Na verdade, agora o show é dos filhos e netos desses escravos, mas eles seguem com o mesmo show que os ascendentes criaram. A alegria e receptividade do povo africano vai ficar para sempre no meu coração. Mesmo com a vida difícil, estão sempre dançando e com aquele sorrisão no rosto.




No final do show eles chamam todos para dançar e é uma festa. Muito legal.

Fim do passeio, fim do dia.



No dia seguinte,  hora de seguir viagem de volta à Espanha.

Paramos no maior palmeiral da África e o legal é que de lá podemos mandar um cartão postal da lojinha mesmo, que fica ali, no meio do nada. O meu chegou para os meus pais duas semanas depois. E eu achando que levaria um ano...

Maior Palmeiral da África

Paramos de novo em uma cidade que eu não lembro o nome e saímos para conhecer a medina. As lojas vendem chaleiras, véus, braceletes, panos e mais panos. Ouro no Marrocos é muito barato, você compra fácil um anel bom e pesado por €150.  Óleo de Argan também é baratíssimo, o vidrinho do óleo puro custa €2,50 (60ml), quanto mais você comprar, mais barato sai cada ml.





Dormimos em uma cidade lá perto que eu não sei o nome também e foi a primeira vez que ficamos em um hotel moderno e de verdade!

No dia seguinte era hora de voltar à Espanha e depois de 5h de viagem, chegamos de novo a Tanger, de onde pegaríamos nossa barca para Tarifa.

Tanger



Nossa barca estava marcada para sair às 16h, mas, devido a loucura e super lotação, só conseguimos embarcar às 21h (!). Nunca vi tanta bagunça e desorganização.


Horas e horas esperando na estação!



Mas enfim, mesmo com esse final cheio de espera na estação de barcas, foi uma das viagens mais inesquecíveis da minha vida e certamente me marcou para sempre.

Quem tiver a oportunidade de fazer algum dia, não pense suas vezes e vá.





3 comentários:

  1. Noossa, que relato maravilhoso! E que fotos!!!! Realmente lindas! Torço que vc coloque tudo aqui mesmo, vc escreve mt bem...como já sabe...rsrs...continue aproveitando! :)

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  2. bem-vindo em nossas viagens para Marrocos para descobrir os melhores destaques do Sul de Marrocos: as belas montanhas do Atlas, oásis coberto com exuberantes palmeiras, Kasbahs séculos de idade, aldeias berberes adobe, uma paisagem selvagem de desfiladeiros profundos, e o deserto do Saara com suas dunas de areia Mas info : www.MaroccoEscursioni.com

    Email: MaroccoEscursioni@gmail.com

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