Depois de meses, enfim a segunda parte dessa viagem incrível. A cada dia que passa são mais e mais posts se acumulando, mas eu prometo colocar
todos aqui, nem que seja com muitos meses de atraso.
Agora estou num trem da Bélgica de volta à
Holanda, e como não tenho mais fotos para editar e não tem free Wi-Fi no trem,
resolvi adiantar alguns posts daqui. J
Continuando o relato sobre o Marrocos...
Nós colocamos o relógio para desperar às
5:30 da manhã para vermos o nascer do sol da grande duna, mas é obvio, perdemos
a hora e levantamos às 5:55. Por sorte, ainda estava escuro e deu tempo de
correr lá para fora.
Eis que então começa o grande desafio:
subir a grande duna. Visualizem a pessoa sedentária que não vai a academia há
uns 6 meses, sem café da manhã e que acabou de acordar depois de dormir numa
barraca no meio do deserto do Saara tentando subir uma duna gigantesca. Não foi
uma tarefa fácil. Parece que a cada passo que você dá para cima, você cai 2
para trás. Chegou no meio do caminho e eu pensei em desistir, estava a beira de
um ataque cardíaco, mas fui até o fim. Hahaha Não cheguei no pico mais alto da
duna, mas cheguei ao topo.
E a vista era incrível.
Nosso acampamento visto da grande duna. |
Mais incrível ainda foi quando eu desci (tarefa
muito mais fácil do que subir) e vi o deserto coberto com a luz dourada do nascer do sol.
Corri de volta para o acampamento para
arrumar as coisas, porque tínhamos que partir de volta ao hotel e a nossa
viagem de volta seria novamente de camelo.
Entrada do acampamento. |
Dentro da barraca. |
Grande Duna ao fundo |
A viagem de volta foi muito divertida.
Apesar de no deserto fazer muito, muito frio à noite e logo pela manhã, depois
de um tempinho começa a esquentar... e esquenta bastante.
Camelos são demais... cheios de pose! |
O nosso guia, Mojamed, pegou minha câmera e
saiu fotografando a gente o percurso inteiro. Foi muito engraçado. Eu não sei
como eles aguentam andar tanto por aquele deserto, subir duna atrás de duna e
não ficarem exaustos.
Nosso guia |
Poder caminhar de camelo pelo deserto na
luz do dia é uma coisa que não tem explicação. Ver a tamanha grandeza do Saara
e a beleza que ele é... parece que estamos dentro de um filme ou uma
fotografia. Sensacional.
Chegamos no nosso hotel e depois de tomar
café da manhã e tomar um mais do que merecido banho (você deve estar imaginando se no deserto tem banheiro... SIM! No acampamento eles tem duas barracas com duas privadas "portáteis", não é o mais agradável nem o mais limpo do mundo, mas é melhor do que nada!), partimos para uma caminhada pela “cidade”. Coloco entre aspas porque é um
povoado, com muito pouca gente vivendo por ali. Nunca vi nada igual.
Nosso hotel. |
Escola |
Depois da caminhada (sol quente na cabeça e
tudo mundo morrendo de calor), voltamos para o hotel porque depois do almoço
teríamos um passeio de 4x4 pelo deserto.
Almoçamos couscous marroquino (era
sexta-feira e sexta-feira é dia de couscous no Marrocos). Estava diviiiiino.
Comemos muito bem na nossa estadia no Marrocos.
Depois do almoço, hora do passeio. Este não
estava incluso no pacote. Pagamos €35 cada um a parte, mas valeu cada centavo.
Fizemos várias paradas pelo caminho, e
podíamos viajar na parte de cima do carro (nada seguro e em cima de um colchão
velho, mas... muito divertido!).
Durante o passeio o motorista vai
explicando os lugares, mostrando os que serviram de cenário para filmes etc...
A segunda parada foi a que nos deu o
primeiro choque de realidade. À
principio estávamos parando para ver rochas com fósseis que foram encontradas
por lá, mas o que acabou marcando o lugar foi ver uma família que vivia ali
pelas redondezas vendendo artesanato e pedindo dinheiro.
Rocha com fósseis |
A criancinha mais nova era a que mais dava
pena. O menino, de no máximo 2 anos de idade, tinha o rostinho coberto de
moscas. Às vezes a mãe mexia no rosto dele para as moscas voarem, mas na
maioria do tempo elas ficavam lá e, a criança, já tão acostumada com aquilo,
não parecia se importar nem um pouco.
Continuando a viagem, paramos para visitar
uma família nômade que vive literalmente no meio do deserto, com absolutamente
nada em volta além de terra e areia. A casa deles fica na divisa do Marrocos
com a Argélia e eles sobrevivem da criação de cabras. Perguntei ao nosso guia
como eles faziam para conseguir água, comida e roupa e ele me explicou que o
padre que vive no povoado mais perto (kms dali) vai uma vez por semana comprar
as cabras e levar alimento e outras coisas que eles necessitam.
Fronteira com a Argélia |
Casa dos Nômades |
A mãe da família com a criação de cabras. |
A família era muito receptiva e simpática
(também na esperança de conseguirem alguma ajuda) e nos serviu chá de menta e
abriu as portas da casa para a gente conhecer. Energia elétrica não existe por
lá, as camas são colchões no chão de terra batida ou tapetes. A maioria dos
utensílios domésticos parecem ter vindo de outro século, mas eu vi uma lata de
leite ninho na cozinha.
As crianças era muito simpáticas e vieram
correndo ver as pessoas que estavam ali. Imagino que não estejam acostumadas a
ver gente o tempo todo. Novamente, não pude deixar de reparar na quantidade de
moscas que estavam nos rostinhos deles. E eles também pareciam não se importar.
As moscas ficavam até nos cílios, mas realmente eles não pareciam incomodados.
Eu fui perguntar ao guia sobre aquilo e ele me respondeu apenas “eles são
sujos, não se importam em se lavar o tempo inteiro.”
A minha amiga foi conversar com eles e deu
algumas coisas que tinha na bolsa. Para a menininha, ela deu um espelho e foi o
momento que mais me marcou. Acho que ela nunca tinha visto um espelho na vida,
e ficou tocando o rosto como se aquilo fosse a coisa mais extraordinário do
mundo.
Faz a gente refletir das coisas bobas que
nós às vezes fazemos questão, vendo como aquelas pessoas vivem com tão pouco e
são felizes. Realmente felizes.
Continuando a viagem... |
De lá seguimos para a terceira e última
parada: um show de ex-escravos africanos. Na verdade, agora o show é dos filhos
e netos desses escravos, mas eles seguem com o mesmo show que os ascendentes criaram. A alegria e
receptividade do povo africano vai ficar para sempre no meu coração. Mesmo com
a vida difícil, estão sempre dançando e com aquele sorrisão no rosto.
No final do show eles chamam todos para
dançar e é uma festa. Muito legal.
Fim do passeio, fim do dia.
No dia seguinte, hora de seguir viagem de volta à Espanha.
Paramos no maior palmeiral da África e o
legal é que de lá podemos mandar um cartão postal da lojinha mesmo, que fica
ali, no meio do nada. O meu chegou para os meus pais duas semanas depois. E eu
achando que levaria um ano...
Maior Palmeiral da África |
Paramos de novo em uma cidade que eu não
lembro o nome e saímos para conhecer a medina. As lojas vendem chaleiras, véus,
braceletes, panos e mais panos. Ouro no Marrocos é muito barato, você compra
fácil um anel bom e pesado por €150.
Óleo de Argan também é baratíssimo, o vidrinho do óleo puro custa €2,50
(60ml), quanto mais você comprar, mais barato sai cada ml.
Dormimos em uma cidade lá perto que eu não
sei o nome também e foi a primeira vez que ficamos em um hotel moderno e de
verdade!
No dia seguinte era hora de voltar à
Espanha e depois de 5h de viagem, chegamos de novo a Tanger, de onde pegaríamos
nossa barca para Tarifa.
Tanger |
Nossa barca estava marcada para sair às 16h,
mas, devido a loucura e super lotação, só conseguimos embarcar às 21h (!).
Nunca vi tanta bagunça e desorganização.
Horas e horas esperando na estação! |
Mas enfim, mesmo com esse final cheio de
espera na estação de barcas, foi uma das viagens mais inesquecíveis da minha
vida e certamente me marcou para sempre.
Quem tiver a oportunidade de fazer algum
dia, não pense suas vezes e vá.
Noossa, que relato maravilhoso! E que fotos!!!! Realmente lindas! Torço que vc coloque tudo aqui mesmo, vc escreve mt bem...como já sabe...rsrs...continue aproveitando! :)
ResponderExcluirbem-vindo em nossas viagens para Marrocos para descobrir os melhores destaques do Sul de Marrocos: as belas montanhas do Atlas, oásis coberto com exuberantes palmeiras, Kasbahs séculos de idade, aldeias berberes adobe, uma paisagem selvagem de desfiladeiros profundos, e o deserto do Saara com suas dunas de areia Mas info : www.MaroccoEscursioni.com
ResponderExcluirEmail: MaroccoEscursioni@gmail.com
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