terça-feira, 13 de agosto de 2013

Itália - Carnaval em Veneza

Nosso terceiro destino foi Veneza.

Mais um lugar super esperado por nós, acostumadas a ouvir maravilhosas histórias mirabolantes que se passavam por lá.

Se me pedissem para descrever a cidade em três palavras, acho que as melhores seriam: linda, pequena e cara.

Nosso vôo saiu de Roma e novamente fomos de Easyjet. Novamente, o vôo atrasou para caramba. Chegamos em Veneza bem no final da tarde, e foi então que descobrimos a burrice que fizemos em escolher passar duas noites na cidade.

Deixa eu explicar. Veneza é rodeada por água e possui as ruas mais estreitas que eu já vi, logo, não existem automóveis na cidade. O aeroporto leva as pessoas de ônibus até a entrada da cidade e a partir de então, é cada um por si. Eis que nós estávamos com duas malas cada (mais a mochila) e tivemos que rodar a cidade atrás do hotel.

Descobrimos que era do outro lado da ponte principal. Ah, as pontes. Ela não ajudam nem um pouco com as malas. Não tem como puxar as malas pois são todas as pontes são de degraus, ou seja, tem que carregar mesmo. Detalhe: o povo italiano não é um povo nem um pouco solidário. Os pouquíssimos que ofereceram alguma ajuda ou eram senhores de idade com as esposas, ou alguém pedindo dinheiro em troca.

Depois de muito sufoco conseguimos atravessar a ponte com as malas. Ao chegar lá: surpresa! Ali era apenas o lugar onde pegaríamos a chave do quarto, mas o nosso quarto (e hotel) ficava do outro lado da ponte e teríamos que andar mais um bom caminho (e passar por mais 3 pontes) para chegar.

Nem preciso dizer que quase choramos, né? E ainda teríamos que passar lá para entregar a chave de volta antes de ir embora!

Nós tínhamos nos organizado para passar o carnaval em Veneza, já que ele é super famoso. Era de se esperar que a pequenina cidade italiana estivesse entupida de gente.

E nós lá, tentando passar pela multidão com duas malas cada.

Nosso quarto do hostel parecia um antigo apartamento de vovó. Ficava em um prediozinho dentro de uma ruela e não tinha porteiro ou recepção (claro, já que tivemos que ir buscar a chave lá do outro lado da cidade). O quarto era bem simples, duas camas de solteiro e um banheiro, mas limpo. Esse foi o hostel mais caro que nós pagamos, 60 euros a primeira noite por pessoa e 50 a segunda. Como eu disse, Veneza é muito cara.

Entrada do nosso "Hostel"
Só fomos andar mesmo pela cidade no dia seguinte.



Eu nunca vi um lugar tão cheio na minha vida! (mentira, vi sim, a 25 de março no feriado da última vez que fui à São Paulo)

As ruas estavam tão lotadas que tinha sentido nas ruas, um lado ia e o outro voltava, porque só assim as pessoas conseguiam se locomover. Caos.


Se por um lado o carnaval fez a cidade ficar o caos que estava, também serviu para enfeitá-la. Podíamos encontrar as famosas máscaras em todos os cantos,  e tinham para todos os bolsos e gostos.



Eu comprei uma que cobria o rosto inteiro, pois achei linda (só que é bem chato de respirar com ela_.


Nosso objetivo principal era chegar à Piazza de San Marco, onde teoricamente estariam ocorrendo as festividades. Só que não conseguimos resistir e fomos parando pelo caminho para tirar fotos, entrar nas lojas (a cidade pode ser pequena, mas lá você encontrar todas as grandes marcas: Accessorize, Disney Store, Burbery, Gucci... sem contar na grande variedade de lojas de cosméticos!)  e nos encantar com a beleza de Veneza.


Uma das muitas pontes da cidade.
Reparem nos degraus e lembrem-se disso na hora de pensar nas malas que irão levar!
A Yasmin queria muito andar de gôndola, mas além de a cidade estar um inferno de cheia e os gondoleiros passarem gritando uns com os outros naquele espírito italiano que eu conheci na viagem, o passeio de menos de uma hora custava 100 euros. E, honestamente, acho que é um passeio para se fazer em uma viagem de casal, não de amigas pobres e mochileiras. hahaha

Mas a Yasmin até hoje não me perdoa de termos ido à Veneza e não termos andado de gôndola.



Enfim chegamos à Piazza de San Marco, que estava super lotada de gente, mas era bem legal, porque tinha um monte de gente fantasiada e crianças brincando. Apesar disso, não vi mais nada acontecendo por lá.









Nós estávamos doidas por uma fantasia dessas maravilhosas, com vestidos de princesas e prontas para ir em um baile de máscaras, mas infelizmente eles custavam milhares de euros e nossa felicidade foi por água abaixo. Os bailes de máscara também custavam o olho da cara, 350 euros o mais em conta que encontramos, então infelizmente também tivemos que cortar do nosso roteiro. :(

A Piazza de San Marco é famosa pelos seus pombos. Eu não sou muito fã de aves (ou bichos em geral), mas eu tinha que ir lá tentar...




Bem, ninguém pode dizer que eu não tentei! hahahaha

Nós demoramos um tempo até achar um restaurante para almoçar, e quando achamos, de novo, custava muito caro. Uma comida super simples e sem nada demais e a conta deu quase 30 euros por pessoa.

Passamos na Accessorize para eu comprar um protetor de orelhas porque eu estava congelando (e acabamos fazendo umas comprinhas a mais também porque a loja estava com 75% de desconto!).

Continuamos a andar pela cidade, dessa vez procurando lugares com menos gente. Só que realmente com o passar do dia as ruas vão esvaziando, e lá para as cinco da tarde já estava tudo bem tranquilo (acredito também ter sido assim por ser domingo, então acho que muita gente foi embora).




Voltamos para o hotel porque queríamos sair à noite. Só que ao sair na rua descobrimos que não existe noitada em Veneza. Bem, pelo menos não tinha no domingo de Carnaval. E mais: nem restaurante aberto tinha. 

Na frente do nosso hostel havia uma barraquinha que vendia umas bebidas e tinha uma sangria quentinha. Não resistimos (estava muito frio).


Estava uma delícia!

Lá nos informaram que a única coisa que estaria aberta a essa hora era o Hard Rock Café, que ficava na Piazza de San Marco.

Não era longe (nada em Veneza é longe), mas ficava a uns 20 minutos andando do hotel, e vai chegando a noite, as lojas fecham e ruas ficam completamente ermas. Ficamos com um pouco de medo e apertamos o passo.

Ao chegar na Piazza de San Marco, diferentemente de como ela estava pela manhã, a encontramos assim:


Sério, parecia que só tínhamos nós na cidade.

Encontramos uma pessoa por lá, que nos indicou onde era o Hard Rock.

Chegando lá, é claro, sendo o único lugar aberto, ele estava bem cheio. Era a final do SuperBowl (campeonato de futebol americano nos EUA) e se pagassemos 5 euros podíamos sentar em uma mesa e assistir o jogo. Pagamos e acabou que foi super divertido. Conhecemos um pessoal que sentou na nossa mesa e todo mundo riu, porque ninguém sabia absolutamente na-da sobre futebol americano, e só estavam ali mesmo porque queriam um lugar para sentar e comer.

No final eles deram uns papeis com perguntas para as meninas. Eu acabei ficando com dois porque a menina que estava na nossa mesa foi embora antes. Eu chutei a pergunta dela e acertei! Ganhei uma bola de futebol americano oficial da Wilson (problema: onde enfiar a bendita na mala? Nessa hora nem pensei nisso, estava super feliz, porque eu nunca ganho nada!). Para a minha pergunta e a da Yasmin, o cara da outra mesa procurou na internet pelo celular (raridade na época) e nos deu a resposta. Nós ganhamos o casaco de moletom mais gostoso do mundo! Gigante e quentinho!

Saímos de lá mega felizes.



Nossa felicidade não durou muito. Se as ruelas estavam vazias quando nós fomos, ao voltar estavam completamente abandonadas.

Até nós depararmos com um grupo de 5 romenos que começaram a nos seguir e tentar nos abordar. Dois deles seguraram a gente, mas nós conseguimos nos soltar e eu acho que eu nunca corri tanto na minha vida sem olhar para trás. Foi um susto enorme e eu não aconselho ninguém a vaguear pela cidade sozinho, principalmente à noite.

No dia seguinte tínhamos que devolver a chave do quarto, só que o nosso trem para Munique só sairia às 11 da noite (outra burrice, não tinha mais nada para a gente fazer em Veneza).

Mais uma vez lá fomos nós com a saga das malas.


Dessa vez apareceu um senhor que nos ajudou, a única boa alma que eu vi naquela cidade. O resto passava e não estava nem aí (ou estavam e não conseguiam entender porque uma pessoa precisava de duas malas - mas gente, nós passamos um mês, e eu sobrevivi com uma malinha de 23kgs e uma de mão!).

Raridade
Como não queríamos passar o dia inteiro carregando malas de um lado para o outro, deixamos as malas em um guarda-volumes dentro da estação (custou uns 15 euros).

Entregamos as chaves e aproveitamos para dar uma volta ali pelo outro lado da cidade, que é mais residencial.

Não demorou muito e já tínhamos rodado tuuuudo e tirado fotos e não tínhamos mais nada para fazer.

É sério, se um dia eu voltar à Veneza, é só para passar o dia. Um dia é mais do que o suficiente.




Ponte principal no grande canal



Deu 4 da tarde e não tínhamos mais nada mesmo para fazer, e o frio estava de matar, então entramos na única lan house da cidade para tentarmos falar com a família. Lembram que eu disse que Veneza é cara demais? Pagamos 18 euros cada uma para usar a internet por 2h30min (isso porque era preço especial para estudante!)! E nós não queríamos sair porque estávamos com medo de morrermos congeladas lá fora.

Lanchamos pela rua e fomos para a estação, onde pegaríamos o nosso trem.

Achávamos que finalmente tudo ia dar certo. Não tinha como nada dar errado no trem, né? Não é como em avião que tem problemas com atraso... ia dar tudo certo... né?

...

Ledo engano.

A história da nossa aventura para Munique no próximo relato! :D

2 comentários:

  1. Nossa Camila sua carinha mostra bem que vc não tolera mesmo os pombos..rsrsrs...ficaram legais. Obrigada pela dicas das pontes, que dificuldade!
    Você não pensou em visitar Murano? E que pecado vc não andar de gôndola...rsrs..bjs

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    1. Tenho pavor de quando eles começam a bater as asas! hahaha
      Nem fomos a Murano, estava tão frio e lá é tudo tão caro que tivemos que deixar para a próxima! :(

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