Errado.
Nós fomos para a estação de trem de Veneza (fica bem na cidade mesmo, em uma das principais áreas) umas duas horas antes do horário do trem partir porque já não tínhamos mais o que fazer na cidade, estava um frio de matar e lá pelo menos teríamos um lugar para sentar. Era por volta das 9h da noite e a cidade já estava muito vazia, às vezes parecia que só tínhamos nós na estação.
Quando por fim o trem chegou, nós entramos para deixar as malas.
Assim que entramos vimos as cabines com camas e logo ficamos empolgadas. "Urrul! Vamos poder dormir!"
Infelizmente, essas eram as cabines da primeira classe, e logo fomos mandadas para os fundos do trem.
Até então, tudo certo, a nossa cabine era grande também e tinha dois assentos que davam para três pessoas cada. Como só éramos nós duas, podíamos deitar confortavelmente.
Doce ilusão |
Tudo estava indo às mil maravilhas... até vir um cara na nossa cabine pedir nossos bilhetes.
Tínhamos deitado há pouco tempo, estávamos felizes tirando nossos cochilos quando ele chegou para conferir os bilhetes, acordando a gente. Nós tínhamos comprado pela internet, e tinha custado 52€ para cada. Imprimimos os bilhetes como dizia no site, mas na hora o homem disse que nossos bilhetes não valiam nada porque não estavam com os códigos de barra e teríamos que pagar tudo de novo!
Aproveitamos que estávamos com tempo (íamos passar 6 noites em Munique) e fomos lavar nossas roupas (ficar um mês na Europa no inverno com uma mala de 23kgs não é nada fácil! Pelo menos não para as mulheres =P).
A lavanderia era enorme, e tinha lavadora e secadora.
Não preciso dizer que entramos em pânico, né? O homem, italiano carrancudo, não aceitou de jeito nenhum, mesmo com a gente comprovando que tinha pago, que os bilhetes tinham os nossos nomes e o número da cabine. Ele disse que ou a gente pagava, ou íamos ter que descer na próxima estação. Vale lembrar que a essa altura nosso trem já tinha saído há um tempo e nós estávamos no meio do nada, em algum lugar congelado pela neve entre a Itália e a Áustria.
Muito fulas da vida, pagamos de novo pelo bilhete. Teríamos que pagar 24€ para o italiano e quando chegasse na Austria pagaríamos os 28€ restantes para outra pessoa. Eles aceitavam cartão de crédito.
O cara finalmente deixou a gente em paz e saiu da cabine. Pelo menos agora poderíamos dormir, certo?
ERRADO.
Não deu nem meia hora e a cabine abriu de novo, dessa vez entrando uma família de 4, lotada de equipamento de esqui. Até hoje choro de rir da cara que a Yasmin fez quando viu que eles iam ficar na nossa cabine. Coitados, eles não tinham nada a ver com a confusão que deu com os nossos tickets, mas quando vimos aquele bando de gente com esquis, malas, e casacos gigantes e fomos obrigadas a nos espremer no cantinho do banco e colocar os pés em cima das malas para que eles pudessem sentar e colocar as coisas deles na cabine também, não tinha como ficar de bom humor. Ainda mais que a essa hora já devia ser umas 2 da manhã e a gente não tinha conseguido dormir.
Como se não fosse suficiente, tinha uma criança de uns 8 anos que resolveu DEITAR no banco para dormir, tornando o espaço ainda mais apertado.
Felizmente, eles desceram na Áustria e nós seguimos o resto da viagem sozinhas.
Quando eles desceram, veio outro carinha conferir nossos bilhetes e nós explicamos a situação. Ele foi super fofo e disse que não tinha problema, que nosso bilhere VALIA SIM.
Ou seja, o italiano extorquiu a gente. -.-
Conseguimos dormir o restinho da viagem e chegamos em Munique cerca de 6h da manhã.
A cidade estava coberta de neve e eu mal podia acreditar, eu nunca tinha visto neve na vida!
Nós fomos à Munique porque um amigo da Yasmin estava estudando lá e ele conseguiu que a gente ficasse em um quarto no alojamento da faculdade dele. Sairia muito mais em conta do que um albergue. Nós ficamos em um quarto imenso. Foi ótimo.
Como chegamos super cedo e estava todo mundo dormindo (e nós mesmas não tínhamos dormido quase nada), fomos dormir um pouco e esperar o resto acordar.
Quando acordamos, a neve estava caindo e eu fiquei completamente encantada!
Não dá para ver a neve aqui, mas o que conta é a intenção. |
Aproveitamos que estávamos com tempo (íamos passar 6 noites em Munique) e fomos lavar nossas roupas (ficar um mês na Europa no inverno com uma mala de 23kgs não é nada fácil! Pelo menos não para as mulheres =P).
A lavanderia era enorme, e tinha lavadora e secadora.
Esperando a roupa terminar de lavar. |
Como íamos ter que esperar um tempo até a secadora terminar de secar, fomos lá para a rua ver a neve.
Eu, comum modelito super chique e totalmente preparado para o tempo.
Mamãe, claro, adorou quando viu essas fotos e quase teve um piripaque "Você quer pegar pneumonia?!".
Imagine, senti muito menos frio aí do que com aquele vento gelado de Paris.
Roupas cheirosas e sequinhas (e meias que ficaram no tamanho perfeito para um bebê de 6 meses), era hora de sair e conhecer a cidade!
Munique é uma graça, eu fiquei apaixonada pela Alemanha.
Idade mental: 7 anos de idade. |
Diferentemente do que eu ouvia falar deles, os alemães foram uns amores com a gente, super prestativos e educados. A comida lá é maravilhosa e muito barata. Comemos muito em uma padaria que tinha um restaurante self-service e até hoje fico com água na boca lembrando da comida de lá. E o prato saía entre 5€ e 6€.
Só não me pergunte o nome ou onde era porque isso eu não lembro mesmo.
De todos os lugares que fomos na Europa, Munique foi certamente o mais em conta. Em tudo: roupas, comida, passeios, festas...
Aliás, nós ficamos loucas com as lojinhas que tinham por lá, especialmente uma que tinha coisas de decoração, com cada coisa mais linda que a outra!
Agora, se tivemos um problema foi com a língua. Muita gente não fala inglês, então na maioria do tempo era na mímica mesmo. As ruas e as estações de metro têm nomes imensos, com 87 consoantes e três vogais. Tipo Pojjdjksjdqwpowpekodsxjoadkpd. O amigo da Yasmin mandou uma mensagem com o endereço do nosso alojamento (que ficava no meio de várias ruazinhas idênticas e eu me perdi algumas vezes), assim quando a gente precisava pegar um taxi, era só mostrar o nome no celular (porque se a gente não conseguia nem ler, imagina falar o nome...). No metro, nossa solução foi gravar as 3 primeiras letras da estação que tínhamos que descer. Funcionou.
Nós adoramos mesmos as lojas que encontramos por lá. Tinha uma que tinha até escorregador para ir para a ala infantil! E nós, claro, com 20 anos de idade e mentalidade de 7, descemos por lá.
Uma das noites fomos assistir a um jogo do Bayern de Munique. Não sou fã de futebol, mas foi bem divertido.
Estava nevando DEMAIS e eles não tampam o estádio, ou seja, os jogadores corriam de um lado para o outro no campo coberto de neve. E eles lá, tranquilaços de bermuda.
Nós estávamos congelando demais, e nos dez minutos que passamos no banheiro tentando esquentar os pés nos aquecedores que eles tem lá dentro, o Bayern fez 3 gols!
O estádio não estava lotado (é enorme), mas quando todo mundo saiu, ao mesmo tempo, e seguiu para o metro, foi uma multidão de gente!
Mas diferentemente daqui no Brasil, as pessoas foram super educadas e todo mundo respeitava a sua vez.
O mais engraçado é que aqui no Brasil normalmente eu me sinto uma gigante com 1.71m. Lá na Alemanha, quando eu entrei no metro e fiquei espremida no vagão no meio daquele tanto de gente, me senti uma anã! Lá as pessoas são muito, muito altas. Homens e mulheres. Adorei isso.
Saímos muito à noite por lá, a cidade tem muitos estudantes e tem festa todos os dias. Umas melhores que as outras, as bebidas sempre com bons preços. O que mais bebíamos lá era Jagerbomb (Jagermeister com redbull). Aqui custa uma fortuna, lá era praticamente o preço de uma cerveja.
Também fomos ao cinema um dia. Como lá é uma cidade de estudantes e tem muitos estrangeiros, eles tem sessões de filmes com o audio original em inglês e sem legenda (na Europa eles não usam legenda praticamente nunca, tudo é dublado). Achei o máximo isso. E a sessão estava super lotada!
Enfim, amei, amei, Munique e definitivamente quero voltar à Alemanha!